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“O Espírito Santo da Promessa”

  • Foto do escritor: Adilson Goubeti
    Adilson Goubeti
  • 12 de dez. de 2018
  • 27 min de leitura

Atualizado: 23 de dez. de 2018

“Em quem também, depois que crestes, fostes selados com o Espírito Santo da Promessa” Efésios 1: 13


No inicio do capitulo 1 de Atos, após algumas considerações sobre Jesus a respeito de sua ressurreição, Lucas relata à Teófilo a seguinte ordem de Jesus: “Fiquem em Jerusalém e esperem até que o Pai lhes dê o que prometeu, conforme eu disse a vocês. Pois, de fato, João batizou com água, mas daqui a pouco dias vocês serão batizados com o Espírito Santo” Atos 1:4 – 5 .

Sabemos pelo Antigo Testamento que cerca de 750 anos antes de Cristo Deus através do profeta Joel promete o derramamento do seu Espirito, veja “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito” Joel 2: 28-29.

Já o profeta Isaias profetizou que Deus tiraria seu povo de um estado de sequidão espiritual, veja “Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes.” Isaias 44:3.

João Batista o último profeta segundo o Senhor Jesus, no inicio do ministério do messias, cerca de três anos e meio para o cumprimento da profecia do derramamento do Espírito Santo no pentecostes, ele também profetizou sobre esse assunto veja “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” Mateus 3:11.

E o próprio Senhor Jesus confirmou que ele mesmo cumpriria sua promessa, como vimos em Atos no primeiro texto bíblico desta artigo, e também Lucas registra em seu evangelho da seguinte forma “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” Lucas 24:49.


ATOS 2 – A VÓZ DO PENTECOSTES



“Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judeia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia, e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos), e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus”.


1 – Introdução

Esta passagem do livro de Atos nos fala do vento e do fogo do Espírito Santo descendo sobre os que estavam reunidos no Cenáculo dando início a uma série de acontecimentos que constituem a base da história da Igreja Este evento transformou um punhado de pessoas inseguras, amedrontadas e sem saber o que fazer, em impetuosos pregadores do Evangelho, dispostos até mesmo a dar a própria vida em favor de sua propagação. O próprio Jesus havia dado ordem para que eles permanecessem em Jerusalém, até que do alto recebesse poder para serem suas testemunhas (Atos 1:8). Não bastava serem simples testemunhas era necessário testemunho com poder! Eles, juntos, obedeceram a ordem de Jesus e esperaram, em oração, que o poder fosse liberado.

E depois de sete dias em consagração e perseverando em oração, o poder veio! E com o poder veio à coragem e bravura para testemunhar de Jesus, seguido de sinais e prodígios. E o testemunho dessas pessoas moveu o mundo de então. Eles não fizeram um curso de teologia para isso. A maioria deles era de pessoas iletradas, pescadores, consideradas simples aos olhos da sociedade. O fogo que eles receberam no dia de Pentecostes continuou se alastrando por meio do testemunho deles. As pessoas não conseguiam ficar inertes diante do que eles falavam. Quem os ouvia também era atingido pelo mesmo fogo!

Caro leitor, este artigo tem o objetivo de esclarecer e mostrar as evidências do batismo no Espírito Santo, em que circunstâncias e de que forma estes fatos narrados no livro de Atos dos Apóstolos escrito pelo evangelista Lucas ocorreram à luz da Bíblia e dos acontecimentos da história.

Antes de subir ao céu Jesus falou aos seus discípulo algumas instruções que nos esclarece o que ocorreu em Atos 2, vejamos a seguir:

“E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão”.Marcos 16:17,18

“Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”.Atos 1:5

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Atos 1:8

Após dar essas instruções aos seus discípulos tanto Marcos como Lucas relata que Jesus subiu ao céu a destra de Deus.


2 – Campo Favorável e Propicio

Deus preparou o mundo para ouvir a mensagem de Seu Filho, pois havia um governo central e tolerante que facilitava a locomoção a todos os lugares e era conhecida uma língua, o grego, que era vastamente falada em toda aquela região do mundo facilitando rapidamente a propagação das ideias e do pensamento.

O historiador Cesar Canto em seu livro Historia Universal[1] – Vol. 5 comenta referindo-se aos Judeus dispersos que se converteram ao cristianismo diz assim: “Ora a conversão de judeus dessa classe foi de grande importância para o futuro do cristianismo, pois tornou possível a sua propaganda. A língua que eles falavam era conhecida e usada naquele tempo em quase toda a bacia oriental do mediterrâneo; os apóstolos, isto é Pedro, João e Tiago, aprenderam, ao que parece, com mais ou menos perfeição, e em resultado da convivência com os confrades helenistas, o idioma da Grécia, e deste modo se habilitaram para levar a distantes paragens a palavra do Mestre e alargar o campo das missões para além da Galileia e da Palestina.” Em outra passagem neste mesmo volume Cesar Canto comenta assim: “A Grécia e Roma, os dois grandes agentes da civilização pagã, como que se tinha imposto a missão inconsciente de prepararem o terreno para a sementeira da fé. A Grécia ofereceu a propaganda de uma língua quase universalizada; Roma derruíra as barreiras que separavam as raças e nações, suprimira ou enfraquecera as robustas individualidades políticas e religiosas, facilitara as comunicações e com elas a transmissão das ideias e dos sentimentos, dotara o mundo com instituições tolerantes.”.

Poderia citar tantos outros historiadores que relataria o mesmo, mas vou citar uma escritora que soube acompanhar com critérios alguns fatos históricos em seu livro “O Desejado de Todas as Nações[2]” de E. G. White, ela escreve “As nações estavam unidas sob o mesmo governo. Falava-se vastamente uma língua a qual era por toda parte reconhecida como a língua da literatura”.

Quero salientar alguns pregadores do Evangelho de Jesus Cristo após sua assunção ao céu: Felipe, Pedro, Barnabé, Paulo, Silas, Marcos, Lucas, Timóteo, Erasto, Apolo, Agabo, Simeão, Lucio, Manahem, Parmenas, Gaio, Aristarco e outros tantos. Todos estes foram batizados com o Espírito Santo e falavam em línguas, não quando pregavam, mas em oração e devoção com Deus; Não línguas das nações, porque não havia este empecilho para eles, pois o grego era falado quase universalmente e não há prova alguma de que nos lugares estrangeiros, onde viajaram, fossem obrigados a usar o dom de interpretação, ou o de línguas para se comunicarem. Mas a única preocupação que vemos por parte dos apóstolos era de encontrar uma sinagoga, porque sabiam que nela podiam encontrar judeus que liam as Escrituras de uma versão grega, e assim por onde quer que viajassem os apóstolos de Cristo podiam fazer-se entender neste idioma.

Concluímos diante destas irrefutáveis provas, que não havia barreira de idiomas para a comunicação no mundo antigo dos apóstolos, pois havia uma língua universal, o grego e, portanto não havia a necessidade que os apóstolos e discípulos fossem revestidos de poder em falar outros idiomas, pois em todos os lugares por onde passaram era falado além da língua materna de cada estrangeiro o grego que era a língua do estado que fora mesmo sob o domínio romano, deixado anteriormente pelos gregos como um legado de sua helenização.

3 – Em Jerusalém

Estavam reunidas 120 pessoas no cenáculo em oração esperando a virtude do Espírito Santo que Jesus prometera ao partir, e exatamente no quinquagésimo dia, há contar um dia após sua morte eles receberam esse poder de forma sobrenatural com um vento veemente e impetuoso e línguas repartidas como de fogo.

E no versículo 4 de Atos 2 nos fala que “todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santos lhes concedia que falassem” pois bem quero que notem na palavra língua, ela é traduzido no grego pela palavra glóssa, que também pode se traduzir por idioma, mas antes vem a palavra noutras e não estrangeiras se não a tradução seria “Xénes glósses” que seria “línguas estrangeiras”.

Vou mostrar uma tradução do grego chamada interlinear[3] que traduz palavra por palavra do grego para o português, e veras que o termo glossais que vem de glossa que é língua antes vem o adjetivo heterais, que vem de héteros que traz a ideia de outro, diferente ou seja, traduzindo em “outras línguas”, “línguas diferentes” ou “estranhas”.

kai eplēsthēsan pantes Pneumatos Hagiou kai xrxanto καὶ ἐπλήσθησαν πάντες πνεύματος Ἁγίου , καὶ ἤρξαντο

E eles foram todos Espírito Santo e começou

preenchidos com

λαλεῖν ἑτέραις γλώσσαις , καθὼς τὸ pneuma ἐδίδου ἀποφθέγγεσθαι

para falar com outro línguas como o Espirito dava expressar-se


αὐτοῖς

a eles .

A multidão de pessoas que estavam em Jerusalém era de judeus nascidos em países estrangeiros procedentes de 17 nações, os quais vieram de seus respectivos países de origem para assistir e participar da anual cerimônia celebrada no dia de pentecostes em Jerusalém, que era o centro de adoração do povo judeu. Eram chamados da “dispersão” ou “diáspora”.

De acordo com a Bíblia, a diáspora é fruto da idolatria e rebeldia do povo de Israel e Judá para com Deus, o que fez com que este os tirasse da terra que lhes prometera e os espalhasse pelo mundo até que o povo de Israel retornasse para a obediência a Deus, veja em João 7:35 “Disseram, pois, os judeus uns para os outros: Para onde irá este, que o não acharemos? Irá porventura para os dispersos entre os gregos, e ensinará os gregos?” e outras passagens como Tiago 1:1 e I Pedro 1:1.

Nos países mencionados no cap 2 do livro de Atos, era sem dúvida alguma onde residiam os judeus dispersos, habitando em Jerusalém por um período curto para as festas religiosas de sua nação cf. Zac 14:16.

O apostolo Paulo é um ótimo exemplo, pois era nascido em Tarso de Cilícia, era cidadão romano (cf Atos21:39), mas salientou a afinidade de sua raça dizendo “na verdade que sou homem judeu” “Filho de hebreu da descendência de Abraão da tribo de Benjamim (cf. Fil. 3:5), Paulo era um judeu da dispersão tinha dupla cidadania, romana e judia, falava diversos idiomas, entre eles o aramaico, hebraico e grego.

Outro exemplo é Apolo que era judeu nascido em Alexandria do Egito, (cf Atos 18:24), Áquila e Priscila eram judeus naturais de Ponto ( v 1, 2) e assim as doze tribos espalhadas, guardaram a sua afinidade de raça, religião e língua.

Como judeus, israelitas, varões irmãos e “casa de Israel” esses “varões religiosos” eram ligados por afinidades de línguas. As Escrituras Sagradas dos Judeus, a Lei, os Profetas e os Salmos eram escritos na língua hebraica, notamos que o comentário que esses estrangeiros fizeram entre si, a porta do cenáculo, sobre o fenômeno que estavam presenciando quanto ao sotaque dos galileus, e revela que eles conheciam entre si um idioma que lhes era familiar, e essa era a língua dos ancestrais, o hebraico, pois passada a experiência do batismo com o Espírito Santo, Pedro toma a palavra. Levanta “a sua voz “ perante a multidão em língua hebraica, e em vibrante e convincente elocução denuncia a incredulidade da multidão, liga o derramamento do Espírito Santo com os feitos de Jesus, conectando as profecias de Joel.

Analisando a cena descrita em Atos 2 notamos que segundo tudo indicava, ao longe, comentários em razão de um ruído como de uma porção de vozes, que preparava uma rumaria à porta do cenáculo. Enquanto tais preparativos não se concretizavam notamos que realmente os 120 continuavam a falar em línguas estranhas ou desconhecidas, mas haveria algum proveito estarem falando entre si? Sim haveria, pois Paulo explica que “quem fala em línguas não fala a homens se não a Deus, porque ninguém o entende e em espírito fala em mistérios” 1 Cor. 14:2 e acrescenta... “O que fala em língua estranha edifica a si mesmo” v 4; Essa era a vantagem que os 120 gozavam no cenáculo. Eles sabiam que algo de sobrenatural já esperava por eles, e que tomava agora posse de seu ser e se lembravam de que Jesus lhes instruirá depois de ressuscitado dizendo-lhes “Estes sinais seguirão aos que creem” “Em meu nome expulsarão os demônios, falaram novas línguas” Marcos 16:17.

Não eram línguas das nações, mas sinal do batismo com o Espirito Santo, pois em meio às vozerias das línguas misteriosas ouviam-se as glorificações ao Pai e a Cristo exaltado.

Quando o Espírito Santo foi derramado sobre os 120 e todos começaram a falar em línguas, eles não estavam falando 120 sermões, cada um numa língua, mesmo porque nem mesmo que em uma só língua 120 pessoas falando ao orar ao mesmo tempo, é impossível alguém de fora ou de dentro entender uma frase . Mas a Pedro ouviram e entenderam perfeitamente seu sermão o que resultou uma conversão quase três mil almas conforme Atos 2: 41.

Mas então o que os de fora do cenáculo entenderam em meio à vozeria das línguas misteriosas do Espírito? E de que forma?

Os próprios judeus estrangeiros já explicaram o que eles ouviram em meio à línguas desconhecidas , Lucas relata que foram as glorificações[4] esparsas pronunciadas pelo Espírito Santo usando a boca dos batizados a pronunciar nas diversas línguas faladas pelos judeus da dispersão, pois Jesus já havia dito que quando o Espírito Santo viesse o glorificaria “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” cf. João 16:14, o pentecoste foi um acontecimento ligado a glorificação do Cristo exaltado.

Mas no texto diz que “todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” Atos 2:11.

Pois bem, vou explicar melhor: "Glorificar" a Deus, significa dar-lhe glória. A palavra glória, como relacionada a Deus no Antigo Testamento, traz consigo a ideia de grandeza de esplendor. No Novo Testamento, a palavra traduzida "glória" significa "dignidade, honra, louvor e adoração". Juntando as duas, aprendemos que glorificar a Deus significa reconhecer a Sua grandeza e dar-lhe honra ao louvar e adorá-lo. Ou seja “todos ouviram em suas próprias línguas as glorificações a Deus”.

Pois a Igreja deveria esperar em Jerusalém o poder e a virtude do céu, Jesus testificou que ele mesmo cumpriria sua promessa, isso cerca de sete dias antes da festa do Pentecostes ele disse: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”. Lucas 24:49

O apostolo João foi um dos que estavam no cenáculo, e em umas das suas epístolas ele escreve “Nisto conhecemos que estamos Nele e Ele em nós, pois que nos deu do Seu Espírito” I João 4:13.

No versículo 6 de Atos 2 diz “... cada um os ouvia falar em sua própria língua.” No original grego Lucas descreve língua nesta passagem como dialekto, que também poderia ser traduzido como dialeto ou idioma, vemos então que o Espírito Santo se manifestou de forma distinta nos discípulos que falavam e na multidão que ouvia, pois Lucas usa dois verbos diferentes para relatar o ocorrido. Nos discípulo o Espírito Santo segundo Lucas se manifestou em línguas estranhas ou outras línguas (gr. heterais glossais) e na multidão com o milagre de compreender em seu dialeto (gr. dialekto) .

ὅτι ἤκουον εἷς εκαστος τῇ ἰδίᾳ διαλέκτῳ λαλούντων αὐτῶν . porque ouviam um cada em o possui dialeto/idioma falando eles .



“Estas línguas diferentes”, que providencialmente coincidiam com as dos numerosos judeus ali presentes, não tinham por objeto facilitar a pregação do Evangelho a todo o mundo: eram antes fenômenos sobrenaturais passageiros, destinados a chamar a atenção e despertar admiração dos ouvintes (cf I Cor 14: 22). Falar nas magnificências de Deus, este era um dos principais objetivos do dom de línguas.

Pedro em seu sermão disse: Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos; E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão”; conforme Atos 2: 16-18 e continua nos próximos versículos dizendo: “Porque a promessa diz respeito a vós e a vossos filhos e a todos os que estão longe (judeus da dispersão) e para tantos quanto Deus nosso Senhor chamar” (os gentios) conforme Atos 2:39.


4 – Em Samaria

“Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração”; Atos 8:14-22



Não tinham eles expressamente ouvido a ordem do Salvador que deveriam ficar em Jerusalém somente “até que do alto fossem revestidos de poder? Mas eles não viajaram em campos e missões estrangeiras, apenas alguns, e bem limitados foram as suas excursões. Será que eles receavam ir a países estrangeiros e lá lhes faltasse à fé para a operação do dom de línguas das nações. Analisando Atos 8 “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus enviaram para lá Pedro e João, v 14”. “...resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão. Atos 15:2

Após aproximadamente oito anos eles foram à Samaria para difundir o poder do Espírito sobre os novos conversos, que recebessem o mesmo poder que eles, para aviva-los com a promessa de Jesus que enviaria o Consolador que o glorificaria, e começando a orar e impondo-lhes a mãos, os que creram receberam o poder de falar noutras línguas, testificando agora àqueles gentios que eram aceitos como filhos de Deus e herdeiros do reino por Jesus Cristo.

Se o dom de línguas tinha por central objetivo pregar o Evangelho em campos estrangeiros, porque então esses crentes, membros leigos, não aparecem no cenário da pregação evangélica fora de seus países, sendo estes registrados nos relatos do Evangelista Lucas em seu livro de Atos dos Apóstolos. Não há registro desse fato porque o dom de línguas é misterioso e não tem o objetivo de evangelizar, mas é uma bendita experiência com a trindade quem o recebe.

Ainda neste texto notamos a ausência da citação de línguas, mas esta ausência não é prova em contrário ao sinal, porque ele aparece em narrativa de modo subjetivo. O versículo 18 deixa isto bem claro, pois Simão viu e, naturalmente, ouviu algo diferente do natural naquele momento e desejou ter o direito de impor as mãos sobre as pessoas, para que elas fossem batizadas. Esse interesse do mágico é prova suficiente de que os novos cristãos falaram outras línguas.

O dom de línguas é dado em primeiro lugar como sinal ao fiel, para que os infiéis observem algo de sobrenatural em operação. E nas reuniões em culto preferencialmente deve ser acompanhado com seu irmão gêmeo, o de interpretação, e tem como objetivo principal depois do selamento avivar, realçar a adoração individual a sós com Deus conforme I Cor. 14:2.4,13,22,26 e 39.

Paulo na epistola aos Gálatas fala “Para que a benção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo e para que, pela fé, nos recebamos a promessa do Espírito” conforme Galatas 3:14. Já aos Efésios ele diz “... e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o que é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor de sua glória” Efésios. 1:13 – 14.


5 – Em Cesárea

Cesárea foi o primeiro campo estrangeiro atingido pelo derramamento do Espírito Santo. A pregação do apostolo Pedro diante do auditório de estrangeiros foi interrompida com o glorioso derramamento do poder do alto, exatamente nas mesmas condições que no dia de Pentecostes, todos os presentes passaram por três experiências, em conjunto, quando atentamente ouviram a pregação do evangelho por Pedro: primeiro, foram “cheios” do Espírito, segundo, falaram em línguas e terceiro, glorificaram a Deus. Nesta passagem de Atos notamos a seguinte afirmação ” E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus”. Atos 10:44-46, foi isso que os da dispersão viram e ouviram, falar em línguas, que línguas? Italiano, português, inglês? Não! Mas em outras línguas, línguas misteriosas do Espírito Santo que não se fala a homens, mas em mistérios fala a Deus (cf I Cor 14:2), e o que mais se ouviu? Ouviam a magnificar, engrandecer a Deus em palavras entremeadas e não sermões em línguas estrangeiras, mesmo porque todos conseguiam se entender pelo grego que era a idioma universal da época. Veja a tradução interlinear de Atos 10:46.

ēkouon gar autōn lalountōn glōssais kai megalynonton ἤκουον γὰρ αὐτῶν λαλούντων γλώσσαις , καὶ μεγαλυνόντων Eles ouviram fato deles falando com línguas e ampliando/engrandecendo

enaltecendo/glorificando

τὸν Θεόν τότε ἀπεκρίθη Πέτρος

o Deus Então respondeu Pedro

Veja a palavra Μεγαλυνόντων = megalynonton extraída de uma versão grega o significado segundo Léxico Grego de Thayer[5]. Julgar ou declarar grande, ou seja , estimar altamente, exaltar, louvar, celebrar : Lucas 1:16 ; Atos 5:13 ; Atos 10:46 ; Atos 9:17 . (frequentemente também no grego clássico); passivo equivalente a obter glória e louvor .

Vemos que Pedro começa o seu discurso em línguas maternas perante um ilustre auditório de gentios e no auge de seu sermão, sua palestra foi interrompida pelo derramamento do Consolador e eis que aqueles sete judeus viram reproduzir-se um quadro idêntico ao do cenáculo. Ouviram falar em línguas e a magnificar a Deus, foram as magnificações ou glorificações que ouviram entremeio à vozeria das línguas misteriosas que eram dadas pelo Espírito Santo nas diversas línguas ali representadas.

O que causou a admiração do apostolo Pedro e os irmãos que com ele vieram de Jope não foram às línguas que os gentios começaram a falar e sim o fato de agora ser confirmado que os gentios tinham, como eles, o direito à promessa do dom do Pai, o Espírito Santo da promessa, o Consolador.

Nesta ocasião em Atos 10:44 diz que “o Espírito Santo desceu sobre Cornélio e os que estavam com ele”. Em Atos 10:47 diz que “receberam o Espírito Santo como nós”. Nesta passagem, as frases “desceu o Espírito Santo”, e “que receberam o Espírito Santo como nós” referimos-se ao dom separado do Espírito Santo, o dom de falar em línguas. Atos 10:45-46 identifica explicitamente o dom como o dom de línguas.

Cornélio e os demais creram e receberam o derramamento do poder do Espírito Santo, como Jesus havia dito em Lucas 24:49, pois se não fosse assim nosso Senhor Jesus Cristo teria dito “ ... que estes sinais seguiriam aos pregadores” e não aos que cressem.


6– Em Éfeso

Note também no relato de Atos 19: 1- 7 em Éfeso àqueles irmãos que foram selados pelo Consolador e falaram em línguas, como os demais eles também receberam o dom para evangelizar a Paulo? Não pelo contrario, eles receberam o batismo no Espírito Santo porque creram na mensagem do apostolo Paulo.

Ali encontramos o apostolo Paulo num dialogo com os crentes já batizados no batismo de João, o batismo nas águas, ouvindo a resposta negativa o apostolo passa ao terreno das explicações e concluem com a imposição das mãos que em todos os casos é seguida de oração.

“E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, disse-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes”? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.

Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.

E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam. Estes eram, ao todo, uns doze varões” Atos 19:1-7

Como se nota em Éfeso os gentios que ouviram a mensagem falava em línguas e profetizavam palavras compreensíveis entremeio as línguas misteriosas do Espírito.


7 – Em Corinto



Por volta do ano 55 da era Cristã, Paulo estando na cidade de Éfeso durante sua terceira viagem missionária escreve aos irmãos da igreja de Corinto na Grécia para orienta-los sobre diversos assuntos, pois teve conhecimento de alguns problemas que a igreja enfrentava por mensageiros vindos de lá. Em sua primeira carta Paulo passa varia instruções sobre diversos assuntos como: divisões na igreja (cap. 1), escândalos (cap. 5 e 6), celibato e vida conjugal (cap 7), liturgia (cap. 11), dons espirituais (cap. 12), o dom do amor (cap 13), os dons de línguas desconhecidas e de profecia (cap 14) e ressurreição dos mortos (cap 15).

Neste artigo vamos nos atentar aos dons de línguas desconhecidas e de profecia tratados nesta carta de Paulo aos Corintios.

Como vimos Paulo ao ver que a igreja de Corinto tinha o problema da desordem no culto, não porque tinha poucos dons, pelo contrario segundo Paulo era uma igreja abençoada por Deus com toda sorte de bênçãos espirituais, ao ponto de não faltar dom nenhum, porém por motivos desconhecidos a igreja fundada pelo apostolo com menos de três anos começou a desviar dos padrões de conduta e doutrina que Paulo havia estabelecido. Uns dos problemas era o mau uso dos dons espirituais, em especial o de línguas, pois quase todos falavam demais em línguas de forma banalizada e desorganizada dentro da igreja, os cultos estava virando uma bagunça, e para tentar resolver isso Paulo intervém com uma mensagem dura, para que a igreja usasse o dom de forma razoável, equilibrada e consciente dentro da igreja. Ele disse:

“Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia. Pois quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios. Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens. Quem fala em língua a si mesmo se edifica, mas quem profetiza edifica a igreja”. 1 Corintios 14:1-4

Vemos nestes versículos que Paulo orienta a igreja a buscar o dom de profecia, pois seria maior que o dom de línguas, e explica a razão dizendo que o dom de profecia serve para edificação coletiva, enquanto que o de línguas apenas para edificação pessoal. Notamos que Paulo faz um contraste entre o dom de línguas e o dom de profecia. Ele diz que quem profetiza fala a homens, mas o que fala em línguas não fala a homens, mas a Deus.

O principal propósito do dom de profecia de acordo com a carta de Paulo aos coríntios é de comunicar a mensagem de Deus aos irmãos, dando esclarecimentos, advertências, correções e encorajamento.

Como a igreja é um local de edificação coletiva, Paulo exorta a falar em línguas humanas ali dentro, mas não proíbe deliberadamente o dom de línguas, apenas faz algumas restrições, note:

“E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois, ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo e com Deus”. (I Cor. 14:27-28)

Note que ele não proíbe orar em línguas, mas faz restrições em falar em línguas no culto, e caso não se atendesse as restrições que se fale (em línguas estranhas) consigo mesmo e com Deus.

As restrições do uso do dom de línguas dentro da igreja foram que poderiam apenas no máximo três pessoas falar em línguas, uma de cada vez, e somente se tivesse alguém com o dom de interpretação de línguas, para que assim a igreja fosse edificada.

Vemos que Paulo não era contra o dom de línguas e sim a favor, pois dava graças a Deus por falar em línguas mais que todos os coríntios, Paulo falava constantemente em seu dia-a-dia, mas dentro da igreja preferia falar e linguagem humana, para edificação do corpo de Cristo que é a igreja.

“Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia, eu antes quero falar, na igreja, cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida”. (I Cor. 14:18-19)

Tendo em vista a desordem nos cultos, Paulo orienta aos coríntios serem mais comedidos, para que o culto flua racionalmente, e para isso ele diz:

“Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas estranhas, e entrarem indoutos ou descrentes, não dirão, porventura, que estais loucos?” (I Cor. 14:23)

O dom de línguas usa uma linguagem sobrenatural de oração em nosso momento particular com Deus para edificação pessoal, é um dom que não se pode adquirir com estudos ou meios próprios, e Paulo diz que ninguém o entende em espírito fala mistérios, sim mistérios que não se pode decifrar a não ser que tenha outra pessoa com o dom de interpretação. Por isso que o dom de línguas é de edificação pessoal e não coletiva, pois funciona diferente da profecia e não edifica o próximo com um mensagem, mas edifica que fala, pois fala em mistérios com Deus.

A maior parte das igrejas tradicionais creem na cessação dos dons espirituais, os chamados cessacionistas e fazem uso da seguinte passagem para defender sua fé.

“A caridade nunca falha, mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá” (I Cor. 13:8)

Os cessacionistas defendem que essa passagem deixa claro que os dons cessariam, uns apontam o final da era apostólica e outros o século V com a conclusão do cânon bíblico após a conclusão dos concílios de Hipona e Cartago para a cessação dos dons espirituais. Porem se esquecem que o apostolo Paulo ao escrever o capitulo 13 de 1ª carta aos Corintios não deixou essa questão em aberto, logo em seguida ele diz quando cessariam, veja:

“Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.” (I Cor.13:9-10)

O capitulo 13 da primeira carta aos coríntios Paulo fala grandiosamente sobre o amor (ágape) e no versículo 10 fala claramente “quando” da questão se refere a volta de Cristo, quando vier o que é perfeito, ou seja, Cristo. O contexto deixa essa interpretação clara, no versículo 12 fala que “veremos faca à face” e que o “conheceremos plenamente”. Essas promessas se referem a um evento futuro, quando o imperfeito desaparecerá. Paulo não estava falando do “encerramento do Cânon Bíblico” nem do “final da era apostólica”, ele refere-se da volta de Cristo, pois quando Ele voltar tudo aquilo que é como um reflexo obscuro, um enigma será como é a realidade, quando o conhecermos como Ele nos conhece.

Destarte, o momento em que os dons espirituais cessarão é na segunda vinda de Cristo, Enquanto existir céu e terra, os dons concedidos por Deus não terão fim pois são irrevogáveis.

“porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rom. 11:29 Vr. ARA)

Como vimos o dom de línguas serve para edificação pessoal de quem fala, pois fala a Deus e ninguém o entende, e em espírito fala mistérios, não são línguas terrenas que pode se aprender numa escola, mas línguas celestiais ou dos anjos, mas mesmo que tenhamos esse dom e se não tiver amor, compaixão, caridade com o próximo de nada valeria é o que o apostolo Paulo fala em seu poema sobre o amor no capitulo 13 aos I Corintios.

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa, ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. E, ainda que distribuísse toda a minha fortuna, para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria. A caridade é sofredora; é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade; não se ensoberbece; Não se porta com indecência; não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade nunca falha, mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque, agora, vemos por espelho, em enigma, mas, então, veremos face a face; agora conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade”

O dom de línguas não serve para promoção pessoal na igreja, nem faz um crente melhor que o outro, como sendo mais espiritual, deve ser usado com parcimônia e discrição, para que o dom do amor se sobressaia, pois é um dom de edificação exclusiva de quem fala, pois o Espírito Santo produz a pureza de Deus em nossas vidas, sendo um agente da nossa salvação.

Note que os cessacionistas afirmam que o dom de línguas serviu apenas para aquela era apostólica e que teve o propósito exclusivo para pregação em línguas estrangeiras para um estrangeiro, por tanto para eles, a língua seria terrena. Mas se o dom de línguas é como eles professam qualquer um poderia aprender naturalmente, estudando o idioma. Nessa linha de raciocínio poderíamos afirmar que é possível estudar profecias e se tornar um profeta. Mas os dom de Deus são dádivas que o homem de modo algum conseguiria por seus próprios meios.

Se o dom de línguas é o dom de pregar o evangelho em língua estrangeira a um estrangeiro como explicar os versículos 2 e 3 do capitulo 14 de I Corintios onde Paulo diz que o que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus e ninguém o entende, e isso não estaria de acordo com a visão cessacionista, pois quem estivesse falando em línguas estaria falando a um não convertido na língua dele de forma compreensível, outro agravante para os cessacionistas é que Paulo fala que quem fala em línguas em espírito fala mistérios, e como seria um mistérios, se o objetivo da língua seria a compreensão para a conversão. Mas o mistério só existe se a língua for celestial, se for terrena torna-se compreensível e perde-se o mistério.

O dom de línguas estranha não tem o objetivo de pregar o evangelho para arrependimento dos pecados e conversão a Cristo como os cessacionistas afirmam, seu objetivo e propósito são de edificar quem fala e o dom de profecia é para edificação coletiva, porque quem profetiza, não profetiza para si mesmo, mas para alguém.

No versículo 5 de I Corintios 14 Paulo fala que deseja que todos falem em línguas (não na hora do culto), mas prefere que profetizem, a não ser que àquele que fala em línguas possa interpretar para que assim a igreja seja edificada, nesta ótica faz sentido de que os dons de línguas são línguas celestiais, pois apenas com outro dom divino e sobrenatural possa ser interpretada. Note que se fossem línguas estrangeiras, não haveria necessidade de Paulo dizer “se alguém fala em línguas, ore para que possa interpretar” (v. 13) visto que a pessoa que fala e a que ouve dominaria o idioma.

Enfim, o dom de línguas ocorreu em várias cidades bíblicas como vimos relatado neste artigo, é um dom que está disponível aos que creem desde que se use com ordem e decência, pois “O espírito dos profetas estão sujeito aos profetas. Pois Deus não é Deus de confusão, mas de paz” (I Cor. 14:32-33).

O batismo no Espírito Santo produz alegria, entusiasmo e coragem para realizar a obra de Deus através da edificação pessoal. Um exemplo claro foi do apostolo Pedro[6], que, antes, com medo, havia negado o Senhor, agora, batizado no Espírito, pregava um sermão que levou quase três mil almas a se entregarem a Jesus.


Considerações Finais

Como diz o apostolo PauloPorque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios”. cf. 1 Coríntios 14:2 quem tem essa dádiva do dom de línguas, ao orar ele pode ou não ser visitado pelo poder do Espirito Santo e começar a falar em línguas estranhas, pois o poder do alto toma sua boca, e este com entendimento ora a Deus com palavras incompreensíveis aos homens, mas compreensíveis a Deus .

Podemos ser batizados no Espirito Santo e como sinal do batismo naquele instante e unicamente falarmos em línguas estranhas, diferentemente daqueles que recebe o dom de línguas que ao orar recebe poder e graça do alto e ao falar o Espírito o toma os seus lábios e começa falar em outras línguas e a glorificar a Deus.

Devemos buscar a medida completa do poder que vem do alto, e suplicarmos a Deus que nos agracie com o batismo no Espirito Santo, e com certeza ele nos ouvira, pois disse Jesus “Ora, se vós, apesar de serdes maus, sabeis dar o que é bom aos vossos filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem!” conforme Lucas 11:13.

O batismo no Espírito Santo foi uma promessa de Jesus que do Pai daria a todos os que nele cressem, mas antes é preciso buscar a face do Senhor com suplicas e ações de graça e no momento oportuno Ele derramara do Céu do seu poder a seus filhos amados.

É claro que no meio cristão, há pessoas que fazem uso incorreto desse dom, como havia na igreja em Corinto, mas o apostolo Paulo instrui os irmãos daquela igreja da seguinte forma “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação”.1 Coríntios 14:4,5 e instrui para que busquem o dom de interpretação para que haja edificação da igreja, e complementa “Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja” “Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar”.1 Coríntios 14:12 e 13

E aos que não se controlam causando escândalo quando recebem este poder o apostolo Paulo exorta da seguinte forma “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” conforme 1 Coríntios 14:32,33.

O batismo no Espirito Santo é um fato que ninguém discorda, mas o dom de línguas como um sinal é muito discutido no meio evangélico, mas a se lermos a Bíblia com um coração aberto sem ideias pré-concebidas não temos como negar que ocorreu algo sobrenatural sobre aqueles afortunados cristãos do primeiro século.

Já Cessacionistas usam o argumento que o propósito do batismo no Espirito Santo foi alcançado naquela época, mas será que só naquela época? É evidente que aqueles sinais seguiriam aos que cressem, pois os sinais são uma demonstração do poder de Deus que acompanha sua Palavra. Sejam para crentes ou não crentes. Para os que creem, confirmando a verdade e para os que não creem, convencendo-os dela. Pois os sinais não acompanham a mensagem dos apóstolos, mas a mensagem de Deus, sobre à qual os apóstolos se referiam. E se a mensagem de Deus permanece ate hoje, os sinais que a acompanham permanecem também.

Por isso, ainda hoje, se existem os dons, os sinais, os milagres, eles se manifestam pelo mesmo motivo que se manifestaram no tempo dos apóstolos, como forma de demonstração do poder de Deus que acompanha sua mensagem. Tudo para que os que não creem, vendo creiam e os que creem permaneçam crendo.

E por último o apostolo Paulo encerra o capitulo 14 de 1ª Coríntios da seguinte forma “Portanto, irmãos procurem, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”.1 Coríntios 14:39,40

Bibliografia:

ALMEIDA, João Ferreira – “Bíblia Sagrada” – versão ARC , 2009 – SBB –

CANTO, Cesar. Historia Universal – Vol 5 – Editora Edameris – 1961 – Cap. 25.

White, Ellen G., “O desejado de todas as nações” - Casa Publicadora Brasileira – Santo Andre – SP , 1979.

SCHOLZ, Vilson “Novo Testamento Interlinear” – Sociedade Bíblica do Brasil, 2004.

WANDERLEY, Godofredo, CAMPOS, Otoniel Leopoldo – Artigo “Atos dois o capitulo abandonado”.

________________, Rudimentos da Doutrina Cristã, Dep. Regional de Missões e Evangelismo – 1 ª Ed. Reformulada – 2011 – Jales - SP.


Autor: Adilson Goubeti

Bacharel em Teologia pela Fatap/Unicesumar

Dezembro de 2018

[1] CANTO, Cesar. Historia Universal – Vol 5 – Editora Edameris – 1961 – Cap. 25.


[2] White, Ellen G., “O desejado de todas as nações” - Casa Publicadora Brasileira – Santo Andre – SP , 1979.


[3] SCHOLZ, Vilson “Novo Testamento Interlinear” – Sociedade Bíblica do Brasil


[4] WANDERLEY, Godofredo, CAMPOS, Otoniel Leopoldo – Artigo “Atos dois o capitulo abandonado”.



[6] ________________Rudimentos da Doutrina Cristã, Dep. Regional de Missões e Evangelismo – 1 ª Ed.Reformuada – 2011 – Jales - SP









 
 
 

1 Comment


shepetenuci
Dec 27, 2018

Gostei do texto Adilson. É um verdadeiro estudo bíblico sobre Espírito Santo.

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